End of year

 

         O fim de ano não costuma ser fácil para ela. Há alguns anos seus pais se separaram e desde lá ela precisa decidir com quem passar as datas comemorativas desta época. Na verdade, seria mais correto dizer que ela precisa decidir qual dos dois passará sozinho e isso não é nada fácil para uma filha. Além disso aqueles antigos problemas se acumulam. Angustia, Indecisão. Definitivamente, ela não sabe o que faz.

Por amor

         Os planos eram que fosse tudo novo. As magoas seriam esquecidas, implicâncias e qualquer sofrimento também. Mas não fora bem assim. Ela continuava a se sentir sufocada, mas agora de uma maneira diferente. Passara a perceber que ele não se importava tanto com como ela estava, mas com quem;  Não importava se ela estava feliz ou não, se estava se sentindo confortável ou se gostaria de estar em outro lugar, mas ela tinha de estar ali, com ele, onde ele estava. Por amor, ela sempre acreditou que ele poderia mudar e agora não seria diferente.

Juntos

         O telefonema não foi assim tão frio como imaginara. Ambos sabiam o que acabaria acontecendo e concordaram que não era preciso mais sofrimento.Em fim, estavam juntos de novo. Decidiram recomeçar do zero, esquecer todas as magoas e serem felizes.

Recomeçar (?)

         Era chegada a hora de ir dormir. A noite estava bastante quente, mas para ela parecia a mais fria. Lá fora ventava um pouco, o que abafava o barulho da rua. Ele já havia lhe ligado algumas vezes, perguntara se ela estava arrependida, aliais, afirmava. Ela estava. - ele a conhecia -. Ela também sabia disso e não era por orgulho que não voltara atrás. Ela tinha medo, medo de voltar. Sabia que para dar certo eles teriam de recomeçar. Sentira muita falta de certas coisas de inicio de namoro, como encontros na sorveteira, ir ao shopping ou ao parque. Eles pouco viveram isso, para falar a verdade, eles pularam algumas etapas e depois isso fez muita falta a ela. Mas agora nada disso importava. Com a chegada do crepúsculo todas dúvidas e inseguranças que a assombravam sumiram. Tudo que ela queria agora era ele, mas teria que se contentar com um telefonema, frio, de boa noite.

+1 Momento

         Ela sente saudade. Sabe que ainda irá sofrer muito, mas se mantém firme. De repente ele liga. Avisara que vai sair para jantar fora. Ela chora em silêncio. Ele nunca a convidara para jantar. Talvez isso tenha sido um dos motivos do cansaço. Talvez.

Acabou

         Eles se encontraram e conversaram, foi pior do que previra. Ela nunca havia sentido um gosto tão amargo na boca. Agora estava sozinha. Sabia que não seria nada fácil, nem para ela e nem para ele. Precisara de amigos para se distrair, mas achara na solidão uma ótima companhia.

Atitude

         Finalmente ela pegou o telefone, discou o numero dele e desejou que tudo acabace rápido e da maneira menos dolorasa possível. Ele atendeu. Todo carinhoso veio perguntar como estava, o que estava fazendo, mas ela estava fria.  - tentando evitar que a ligação mais uma vez fosse em vão - Ela disse o que sentia, ele entendeu. Ele já suponha tudo que ela estava pensando e sentindo, porém não aceitara perder assim alguém que tanto amava. Combinaram de encontrar, ele queria conversar e ela já sabia tudo que aconteceria.

Angustia

         E mais uma vez o telefone tocou. Era ele e ela não conseguiu dizer nada. Gostaria de dizer tudo que sente, tirar de dentro dela essa angustia, mas agiu como se tudo estivesse normal.

Decisão

         Finalmente decidida. Ou não. Está chegando a hora de agir, a vida é curta de mais para questionar-se tanto, mas nessa hora lembranças passam a assombrar sua mente. Como esquecer tantos momentos vividos? - Sem dúvidas eles nunca seram esquecidos - Como ela poderá decidir, facilmente, algo que poderá mudar toda sua vida? - e a de outra pessoa também - E o sofrimento? não, ela nem pensa no dela. Mas no dele. Como suportará ver, alguém que tanto ama, sofrer  e lembra-la de todas promessas e planos que fiseram? Em fim a decisão virou inDecisão e mais uma vez ela não sabe o que faz.

Cansou

        É tudo tão estranho no mundo dela. Ela o ama, mas não acredita mais em felicidade ao seu lado. Gostaria de estar com ele, mas não consegue o encaixar em nem um de seus planos futuros. Sabe que ele não foi um erro, mas não sabe se não está errando pensando no que está pensando. Começa a analisar suas próprias atitudes. Porque não fala mais nele com o mesmo ânimo? Porque não sente mais a mesma vontade de encontra-lo? - será possível que isso esteje acontecendo? - Ela  acredita que sim, mas jura que faria de tudo para que as coisas fossem diferentes. Talvez o verdadeiro problema seja que ela já tenha feito de mais e cansou.

inSegurança

       Amar, ela ama. Sentir saudade, ela sente. Perdoar, ela o perdoa, mas talvez não se perdoe pelo que sente. Sente saudades dele, mas de sua antiga vida também. Muitas vezes quando com ele ela ali está, gostaria de estar em outro lugar, mas quando distante ele se encontra, é ele que ela quer abraçar e ouvir dizer mais uma vez que lhe ama. Só assim se sente segura.

Primeiro Momento

        A vida é feita de momentos. Desde o nascimento até a morte, passamos por diversas situações, momentos; graças a isso adquirimos personalidade e podemos dizer que re-al-men-te vivemos. Existem momentos dos quais nunca iremos esquecer, outros marcam nossa vida apenas por um instante, ou nem isso. É um pouco disso que se encontrará aqui; um pouco da minha vida, do que sinto ou senti.